De acordo com o relatório da Anbima, os brasileiros investiram R$ 5 trilhões em 2022. Esse resultado é quase 12% maior do que em 2021. Você quer fazer parte desses números? O passo inicial é entender as diferenças entre renda fixa e renda variável e encontrar o investimento ideal para o seu perfil.
Existem vários produtos disponíveis no mercado, mas nem todos eles são recomendados para o seu perfil e objetivos. O segredo de investir corretamente, além de diversificar sua carteira, está em selecionar os melhores investimentos.
Siga lendo este conteúdo e entenda melhor a renda fixa e a renda variável!
Renda fixa e renda variável: entenda as diferenças
Uma das primeiras decisões ao decidir investir é saber se você irá alocar seus investimentos em renda fixa ou renda variável (ou, até mesmo, atuar nas duas opções).
Para tomar uma decisão embasada, é indispensável compreender muito bem os diferenciais de cada uma.
Renda fixa
A renda fixa é um tipo de investimento que tem regras de rendimentos pré-definidas. Ou seja, assim que o investidor faz sua aplicação, ele sabe de antemão qual será o rendimento ou o índice de valorização.
Por exemplo, se você faz um investimento em renda fixa com índice de 2% ao ano, você terá uma previsão de quanto irá receber. Por isso, a renda fixa é considerada mais “segura” e ideal para quem tem um perfil de investidor mais conservador.
Principais tipos de investimentos em renda fixa
Os principais tipos de investimentos em renda fixa são:
- Poupança: é a aplicação mais popular do país, sendo fácil de aplicar, sacar e ainda tem a vantagem de não pagar Imposto de Renda. Ela tem rendimento mensal, atualizado sempre na data de aniversário de abertura;
- Tesouro Direto: são títulos do governo federal. A ideia é, basicamente, emprestar dinheiro ao governo mediante uma taxa de juros para que ele realize investimentos e obras públicas. Há opções de títulos pré-fixados e pós-fixados;
- CDBs: funciona, basicamente, como o Tesouro Direto, só que ao invés de emprestar dinheiro ao governo, você empresta aos bancos, mediante uma taxa de juros;
- Debêntures: são notas promissórias, ou seja, você emprestará dinheiro à empresas privadas, sempre mediante a uma taxa de juros;
- LCI e LCA: LCI são letras de crédito imobiliário e LCA são letras de crédito agropecuários. As duas funcionam da mesma forma, por isso são agrupadas. O dinheiro emprestado só pode ser investido em agropecuária ou no setor imobiliário;
- Fundos de Investimento: são fundos que investem exclusivamente em produtos de renda fixa, tanto prefixados, como pós-fixados. Existem fundos que investem apenas em títulos do governo, outros apenas em títulos privados e os que investem em ambos.
Renda variável
A renda variável é composta de investimentos cujos retornos são imprevisíveis no momento em que você decide investir. Isso porque o retorno varia de acordo com as condições do mercado.
A vantagem é que, como os riscos são maiores, os ganhos também podem ser mais altos.
Principais tipos de investimentos em renda variável
Os principais tipos de investimentos em renda variável são:
- Ações: papéis que representam o menor pedaço de uma empresa que abriu sociedade aos investidores. Ao adquirir uma ação, portanto, você se torna sócio minoritário de uma empresa. As ações são negociadas na Bolsa de Valores, com o seu preço dependendo do interesse dos investidores e das condições do mercado;
- Fundo de ações: são fundos que investem majoritariamente em ações. O valor das cotas sobe ou desce de acordo com o valor desses ativos e as condições do mercado;
- Fundos multimercados: são fundos que investem em ações e outros ativos em renda variável;
- Câmbio: investimentos em moedas, como Euro, Dólar ou Libra;
- Derivativos: contratos negociados em Bolsa. O valor depende de outro ativo que pode ser físico (ação de uma empresa, café, ouro etc.) ou financeiro (índice da Bolsa, por exemplo);
- Ouro: é negociado na Bolsa por meio de contratos ou é possível comprar o metal físico, com cotação variável que valoriza ou desvaloriza de acordo com as condições do mercado.
Quais os riscos da renda fixa e da renda variável
Todo investimento tem risco, independentemente de ser renda fixa ou renda variável. Um investidor consciente entende esses riscos e sabe como manejá-los, criando alternativas para reduzir a exposição da sua carteira a esses riscos.
Conheça quais são eles para cada investimento.
Renda fixa
Os principais riscos da renda fixa são: risco de crédito, liquidez, marcação a mercado e reinvestimento.
Risco de crédito
O risco de crédito é o risco do emissor do título dar um “calote” nos investidores. Afinal, quando você compra um título em renda fixa está emprestando dinheiro ao governo, a bancos ou a empresas.
No Tesouro Direto, a garantia é o próprio governo federal. É por isso que estes são considerados os títulos mais seguros do mercado. Já CDBs, LCIs e LCAs têm garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Para os CRIs e CRAs, atente-se ao rating da classificação de risco.
Risco de Liquidez
O risco de liquidez é referente ao nível de facilidade do investidor vender o ativo e transformá-lo em dinheiro quando desejar. Ao comprar um título de liquidez imediata, por exemplo, você não tem esse risco, porque pode vendê-lo a qualquer momento, sem perder dinheiro.
Porém, existem investimentos com prazo mais longo, como o Tesouro IPCA+. Nesse caso, se você negociar o título antes do prazo de vencimento, irá perder dinheiro.
Risco de marcação a mercado
O risco de marcação a mercado está relacionado às próprias alterações do mercado que fazem com que seu título se torne mais ou menos atrativo.
Por exemplo, você compra hoje um título do Tesouro prefixado com vencimento em 5 anos e que paga 12% ao ano. Daqui um ano, a taxa Selic sobe e o Tesouro lança títulos com o mesmo prazo do seu, porém com juros mais altos e o retorno melhor.
Com isso, o seu título passa a ser menos atrativo e o preço dele desce. É claro que o contrário também pode ocorrer, valorizando seu investimento.
Desde janeiro de 2023, a marcação a mercado tem sido aplicada também a outros investimentos de renda fixa como CRIs, CRAs, debêntures e títulos públicos adquiridos pela tesouraria das instituições financeiras.
Risco de reinvestimento
O risco de reinvestimento se refere à possibilidade de o investidor não encontrar as condições acordadas no vencimento do título.
Considerando o exemplo que demos acima, se no vencimento do seu Tesouro prefixado você quiser reinvestir o dinheiro e a Selic tiver caído, encontrará taxas menores.
Renda variável
Assim como a renda fixa, a renda variável também tem risco de crédito, de mercado e de liquidez.
Risco de crédito
O risco de crédito está relacionado à possibilidade do emissor da ação (empresa) falir e a sua ação desvalorizar.
Para ajudar os investidores, existem empresas especializadas em análise de risco dos investimentos. Elas divulgam notas de riscos para as instituições e títulos. Assim, ao analisar o rating, você consegue ter uma ideia do risco de crédito atrelado ao emissor.
As ações com nível A têm baixo risco de crédito e as com nível D são as de altíssimo risco ou grau especulativo.
Risco de liquidez
A liquidez é a facilidade que um investimento tem em se transformar em dinheiro. Os investimentos com maior liquidez são aqueles que podem ser vendidos rapidamente.
Na Bolsa, as “blue chips” (ações de grandes empresas) têm alta liquidez, porque podem ser compradas e vendidas no mesmo dia. Já as “small caps” (ações de pequenas companhias) podem ter liquidez menor, já que há menos investidores interessados.
Risco de mercado
O risco de mercado está relacionado às oscilações naturais do mercado que podem afetar o preço dos investimentos. Por exemplo, mudanças econômicas, políticas, taxas de juros, inflação, risco país etc.
Esse é um risco que não pode ser previsto. Por isso, é importante sempre se manter informado sobre todos os pontos que podem influenciar no preço dos seus ativos e, claro, ter uma carteira diversificada. Pois, quando um investimento não vai bem, outro pode ter um desempenho melhor e ajudar a proteger o seu dinheiro.
Renda fixa ou variável: qual o melhor para o seu perfil
Em geral, a renda fixa é mais procurada por investidores com perfil conservador, enquanto a renda variável por investidores mais arrojados, que desejam ter um rendimento maior, ainda que isso signifique se expor a mais riscos.
Porém, você não precisa, necessariamente, escolher entre um ou outro. Uma carteira equilibrada pode contar com ambos os tipos de investimentos, ajudando a proteger o seu dinheiro de possíveis oscilações do mercado e dos riscos que explicamos neste conteúdo.
Além do tipo de investimento, é importante que você defina o prazo de retorno que deseja e o próprio retorno em si.
Por exemplo, se você está fazendo um investimento pensando na sua aposentadoria, ele pode ter um prazo longo, já que a liquidez não é tão importante. Além disso, é essencial fazer um investimento mais seguro, porque você não quer perder dinheiro. E como estará investindo no longo prazo, a rentabilidade mais baixa não será um empecilho.
Agora, se você deseja investir para aumentar o seu patrimônio imediato, pode ser interessante pensar em opções com retorno mais alto, ainda que isso indique um risco também maior.
Um investidor equilibrado tem opções para objetivos de curto, médio e longo prazo, além de conseguir harmonizar sua carteira, se protegendo dos riscos e mantendo seu dinheiro seguro.
Gostou de conhecer mais sobre renda fixa e renda variável? Ainda tem dúvidas na hora de investir ou de selecionar os melhores investimentos para o seu perfil? A Onori pode te ajudar. Venha conversar com nossos especialistas!